TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTA CARRO 


O Mercedes GLA não chega a ser um utilitário esportivo. Mas o termo crossover também fica em dúvida com a ausência da tração integral na sua versão inicial  para o mercado brasileiro. A aparência de um Classe A (hatch médio que cedeu a sua plataforma) anabolizado e com suspensão elevada, além do espaço apertado e do porta-malas razoável, reforçam essa dúvida.

A força motriz nas quatro rodas só está disponível na versão GLA250 (com motor 2.0 de 211 cv), que só chegará no ano que vem. Em 2016 a versão nacionalizada sairá da fábrica de Iracemápolis, interior de São Paulo. A versão esportiva AMG também fica pra depois. 

Por enquanto ele vem direto da Alemanha e a única nomenclatura importada é a GLA200, com o velho conhecido motor 1.6 turbo e injeção direta de 156 cavalos, com comando variável das válvulas de admissão. O câmbio é o automatizado 7G-Tronic, de sete marchas e dupla embreagem, que fica exclusivamente no volante.


O GLA200 veio dividido em três níveis de equipamentos. O mais barato é o Advance, que custa R$ 132.900 e traz de série freios com sistemas ABS (antitravamento), BAS (assistência de frenagem), ABR (frenagem adaptativa), EBD (distribuição eletrônica de frenagem) e secagem automática dos discos em caso de chuva; controles de estabilidade e tração; assistente de partida em subidas; barras longitudinais no teto; faróis bixenônio com limpadores e LED; lanternas traseiras em LED e com luzes de freio adaptativas; alarme; sete airbags (dois frontais, dois laterais, dois cortina e de joelhos para o motorista); start-stop (sistema que desliga o motor automaticamente com o veículo parado, religando-o assim que o acelerador é pressionado); sensor de chuva; piloto automático; limitador de velocidade; travas e vidros elétricos com controle remoto; direção elétrica progressiva; volante multifuncional revestido em couro sintético, com 12 funções e ajuste manual de altura e profundidade; computador de bordo; ar-condicionado digital de uma zona; sistema multimídia com rádio, Bluetooth, entrada USB e memória de 10 GB; assistente de estacionamento para vagas paralelas e perpendiculares; alerta de fatiga; aviso de perda de pressão dos pneus; iluminação auxiliar interna em 12 pontos; bancos esportivos revestidos em couro sintético e tecido nas faixas internas, com ajuste manual de altura; e rodas de liga leve aro 18 polegadas.


O intermediário é o Vision, que sai por R$ 149.900 e adiciona teto solar panorâmico, ajuste elétrico do banco do motorista com função de memória, rodas com desenho exclusivo, navegador GPS e ar-condicionado de duas zonas. O top é o Vision Black Edition, que custa R$ 152.900 e se diferencia pelas rodas e retrovisores pretos e pedais esportivos.


A semelhança com o Classe A em termos estéticos fica clara na silhueta hatchback, na enorme grade (com duas barras horizontais) avançada em relação aos faróis amendoados, nos vincos laterais e na inclinação do vidro traseiro. No entanto, o GLA tem algumas diferenças como os para-choques mais robustos, as lanternas traseiras mais retangulares e divididas pela tampa do porta-malas e a caída mais reta com a base em elevação das janelas laterais. O crossover também é maior, com 4,42m de comprimento, 2,02m de largura e 1,49m de altura. O hatch mede respectivamente 4,29m, 1,78m e 1,43m. Como a plataforma é a mesma, os dois compartilham a distância entre-eixos de 2,70m.



Hatch Classe A

No interior, o ambiente é praticamente o mesmo do hatch. A começar pelo painel com três saídas de ar centrais em formato circular e lembrando turbinas, tela multimídia destacada e os bancos altos vazados, integrando o apoio de cabeça. A diferença é o aplique de textura diferente (em alumínio) e a posição de dirigir um pouco mais alta. O acabamento é de ótima qualidade. O cluster central do quadro de instrumentos tem gráficos multicoloridos.


O espaço no banco de trás, porém, é apertado, o que tira o prazer de quem deseja um carro para um fim de semana no sítio. O porta-malas tem 421 litros, capacidade mais apropriada para fazer compras no supermercado do que levar a casa e a família inteiras para um final de semana na praia. Pelo menos é maior que o do Classe A (341 litros).



O GLA200 1.6 acelera de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos e retoma a velocidade entre 80 e 120 km/h em 7,5 segundos. O consumo é de 9 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada. O Mercedes para totalmente desde os 80 km/h em impressionantes 22,3 metros e tem nível de ruído de 61,9 decibéis a mesma velocidade constante.

Os números são da revista Carro, que o comparou, em sua última edição, ao Audi Q3 (R$ 147.900), que tem motor 2.0 de 170 cavalos. Considerando a versão Vision, além da potência, o GLA também perdeu no preço, no desempenho e no nível de ruído, mas foi melhor no consumo e na frenagem. Porém, voltou a ficar atrás em espaço interno e no porta-malas.


O BMW X1 (R$ 124.950 na versão mais barata) é um outro oponente. No entanto, o Mercedes combinaria melhor com o Mini Countryman (R$ 139.950), também fabricado pela concorrente de Munique, mas ainda da antiga geração. 

Sendo crossover ou não, o que importa é que, com o GLA, a Mercedes já está seguindo a moda dos "aventureiros compactos", capazes de enfrentar a irregularidade das nossas ruas e estradas, mas com dificuldade de encarar terrenos bem mais acidentados. 

Pontos Fortes

+ Estilo
+ Acabamento
+ Consumo
+ Frenagem
+ Equipamentos

Pontos Fracos 

- Ausência de tração integral
- Motor
- Desempenho
- Espaço interno


FICHA TÉCNICA 

Motor: Quatro cilindros, 16 válvulas transversal, turbo, injeção direta, gasolina, 1.595 cm³ 
Potência: 156 cv
Torque: 25,5 kgfm entre 1.250 e 4.000 rpm
Câmbio: Automatizado de sete marchas e dupla embreagem
Tração dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9.6 segundos (Revista Carro)
Consumo: 9 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada (Carro)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,42/2,02/1,49/2,70 m
Porta-malas: 421 litros
Tanque: 56 litros
Preço: R$ 132.900 (GLA200 Advance) / R$ 149.900 (GLA200 Vision
R$ 152.900 (GLA Vision Black Edition)