TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTAS QUATRO RODAS E CARRO


Os hatches médios ainda são subvalorizados no Brasil mas, de vez em quando, o segmento ganha duas novidades ao mesmo tempo, como a tão esperada reformulação do Golf e a terceira geração do Ford Focus, que enfrentam, aqui, o agora veterano Chevrolet Cruze Sport6 e o eterno incompreendido Fiat Bravo.

 No ano passado, os  dois últimos foram comparados com o Peugeot 308, que ficou de fora desta vez, não por causa da sua rápida desatualização em relação ao mercado europeu, mas porque não encontrei nenhum teste da versão Allure 2.0 com o novo câmbio automático de seis marchas. Só tinha o 2.0 de quatro ou o 1.6 THP.

Aliás, os quatro modelos foram comparados com câmbio automático (só o Cruze) ou automatizado (Bravo, Focus e Golf). A intenção era considerar as versões mais acessíveis, mas como o Focus S e o Bravo Essence não têm muitos atrativos e a relação preço/equipamentos seria muito óbvia e proporcional, optei então pela versão top LTZ do Cruze (que só tem motor 1.8, assim como o básico LT), o intermediário Bravo Absolute completo (também 1.8), o Focus SE, também meio-termo, com motor 1.6, e o Golf Highline 1.4 TSI DSG sem os seus inúmeros opcionais. 

Para maior equilíbrio, estou usando os dados de teste do Golf Highline 1.4 e do Cruze 1.8 da revista Quatro Rodas e do Focus SE 1.6 e do Bravo 1.8 Dualogic da Carro.  

Este seria o maior comparativo de hatches médios do Guscar, superando 2007, quando analisei os velhos Golf e Focus (ainda da primeira geração) e os finados Chevrolet Vectra GT e Nissan Tiida. Pelo menos, o novo comparativo igualou a quantidade desde então. Sinal que o segmento está voltando a crescer. Será?

4º Ford Focus SE 1.6 16v TiVCT Powershift



No texto de lançamento do Focus eu encerrei dizendo que os seus maiores atrativos estão restritos às versões SE Plus e top Titanium, ambas somente com motor 2.0 flex de injeção direta. Mas o propulsor considerado é o renovado Sigma Flex 1.6, agora chamado de TiVCT, na versão SE com o câmbio automatizado PowerShift.

O motor parece bom, o câmbio é moderno, mas a colocação do Focus no comparativo reafirma o que eu disse. Ficou em último no nível de ruído de 68,4 decibéis a 120 km/h, no espaço interno apertadinho no banco traseiro, nas 400 concessionárias da Ford e na lista de equipamentos. Também ficou muitas vezes em penúltimo lugar (seis em treze itens).

Destes sete, em três ficou à frente do Fiat Bravo: justamente no motor, câmbio e desempenho. O 1.6 TiVCT agora tem comando variável de válvulas, sistema elétrico de partida a frio e 131 cavalos com gasolina e 135 com álcool. O E.TorQ 1.8 16v do Fiat tem respectivamente 130 e 132 cv. O câmbio automatizado do Ford tem seis marchas e dupla embreagem. Melhor que o Dualogic de cinco e apenas uma embreagem do Bravo, mas o Cruze tem um automático de verdade com seis velocidades e o Golf um automatizado de dupla embreagem, com sete. A aceleração de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos ficou quase idêntica ao do Cruze (11,6 seg.), mas a retomada entre 80 e 120 km/h em 9,2 segundos é a mesma do Bravo, que só ficou em último porque demorou um segundo para chegar aos 100 km/h.

O Focus está longe de ser um carro pelado, ainda mais na versão SE. Tem de série ar condicionado com saída na traseira, direção elétrica, trio elétrico, sistema multimídia Sync com Bluetooth, airbags frontais e laterais, abertura e fechamento global das portas e vidros, faróis de neblina, faróis com ajuste de altura manual, sensor de estacionamento traseiro, ajuste de altura e profundidade do volante, ajuste lombar do banco do motorista, descansa braço integrado ao console central, bancos revestidos parcialmente em couro, vidros dianteiros e traseiros com one touch e piloto automático com limitador de velocidade, além de controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e alerta de pressão dos pneus, cortesias do câmbio Powershift.

Foto ilustrativa da versão SE Plus 2.0. A SE 1.6 não tem ar condicionado digital. 

Mas é menos vantajoso que o Bravo completo, que não tem controles de estabilidade e tração e assistente de partida em rampa, mas oferece GPS, sistema multimídia com tela colorida de 6,5 polegadas (a do Focus SE tem apenas 4,2 polegadas), sete airbags (frontais, laterais, cortina e para o joelho do motorista) e ar condicionado digital, itens que o Focus só dispõe nas verões Titanium e SE Plus 2.0 (no caso do ar digital) ou nem oferece (no caso do airbag de joelho). 

No acabamento o Ford ficou nos últimos lugares, junto com o Cruze, que tem melhor montagem, deficiente no Focus. Este, por sua vez, apresenta revestimentos de melhor qualidade, como o tecido emborrachado no painel. Os dois também foram os piores na frenagem a 120 km/h em 58,3 metros. 

A frenagem é um dos itens em que o Focus ficou em penúltimo e o Bravo venceu, decretando a sua última colocação no comparativo, por apenas um ponto. O outro é o porta-malas de apenas 316 litros, três a mais que o Golf, com quem empatou tecnicamente. 

A única vitória do Focus foi justamente no preço de R$ 69.990 da versão SE com câmbio Powershift. Não há opcionais e o preço só aumenta com a pintura metálica por mil reais ou R$ 1.285 com a perolizada. Quem preferir o manual paga R$ 63.990. 

Se eu tivesse considerado o Bravo básico nem no preço o Focus ganharia e teria como melhores resultados apenas o segundo lugar no estilo elípitco - muito parecido com o New Fiesta, mas que em breve ficará desatualizado quando for lançada na Europa a frente "Aston Martin" - e no consumo de 6,8 km/l e 11,1 km/l na estrada. 

Você que está interessado nas belas linhas do Focus é melhor investir seis mil reais a mais no SE Plus 2.0.

FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros, transversal. flex, 1.596 cm³, 16v 
Potência: 131 cavalos com gasolina e 135 cv com álcool 
Câmbio: Automatizado de 6 marchas e dupla embreagem PowerShift, com botão para mudanças manuais na alavanca  
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,6 segundos (revista Carro, com álcool)
Velocidade máxima: 189 km/h (fabricante)
Consumo: 6,8 km/l na cidade e 11,1 km/l na estrada (Carro, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,36/1,82/1,48/2,65 m
Porta-malas: 316 litros
Tanque: 55 litros
Preço: R$ 69.990


3º Fiat Bravo Absolute 1.8 16v E-TorQ Dualogic



Bonito, barato (quando básico) e bem acabado, o Fiat Bravo é um carro incompreendido no mercado.  Foi o quarto mais vendido em outubro, com apenas 667 unidades emplacadas, justamente atrás dos três concorrentes deste comparativo, mais o Peugeot 308, sendo que o Golf  e o Focus com suas carrocerias antigas. 

Neste comparativo ele até subiu uma posição e superou o ex-líder Focus, mas o último lugar em itens como o motor, câmbio e desempenho dão razão ao mercado. O motor 1.8 16v E-Torq Flex de 130/132 cv já pode ser considerado antigo. O câmbio automatizado Dualogic, com cinco marchas e apenas uma embreagem, também, apesar de ser de segunda geração e não dar mais soluços. A aceleração de 0-100 km/h em 12,6 segundos foi determinante para a sua posição, apesar dos 9,2 segundos na retomada (80-120 km/h) ter empatado com o Focus. 

O consumo urbano de 5,7 km/litro na cidade e 9,9 km/l na estrada é um dos piores, ao lado do Cruze. O ruído de 64,7 decibéis a 120 km/h só é melhor que o do Focus, assim como o espaço interno e a rede de concessionárias da Fiat (580) em relação à Ford (400).



De série, o Bravo Absolute Dualogic traz ar condicionado digital, trio elétrico, abertura elétrica do porta-malas, direção elétrica com dois modos de funcionamento, freios ABS com EBD, airbags frontais, sensor de estacionamento traseiro, piloto automático, som com MP3, Bluetooth, comando de voz e sistema operacional Windows Mobile. Se fosse considerada a versão básica, a lista seria a menos vantajosa, mas seria o mais barato, por R$ 62.900. O Bravo também é vendido nas versões Essence (R$ 54.750), Sporting (R$ 59.970), ambas com o mesmo motor 1.8 E.TorQ, e T-Jet (R$ 68.500), esta com motor turbo 1.4 de 152 cavalos, mas sem opção do câmbio Dualogic, opcional nas duas primeiras (custam respectivamente R$ 57.307 e R$ 62.901). 

Mesmo reforçado com opcionais como bancos revestidos parcialmente em couro, retrovisor interno eletrocrômico, sensores de chuva e de faróis, airbags laterais, de cortina, de joelho e encosto de cabeça anti-efeito chicote, GPS, rebatimento elétrico dos retrovisores externos, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, som de alta definição, sensor de estacionamento dianteiro e teto solar elétrico, ele foi superado pelo Golf e o Cruze. Ganhou apenas do Focus. Seu preço dispara para R$ 79.493, mais barato apenas que o Cruze LTZ. Custo-benefício não é mesmo o seu forte. 

O Bravo se destacou, de fato, na frenagem de 56,9 metros a 120 km/h e no porta-malas 400 litros, dois a menos que o Cruze, mas empatado tecnicamente. O acabamento só perde em qualidade para o do Golf. 

O hatch médio ainda tem estilo atraente, assim como o Cruze, mas o Focus e o Golf são mais modernos. O terceiro lugar na soma dos pontos é uma posição honrosa para quem sofre com as baixas vendas e tem futuro incerto, inclusive na Itália.

FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.747 cm³, 16 válvulas
Potência: 130 (gasolina) e 132 cv (álcool)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,6 segundos (Revista Carro, com álcool)
Velocidade máxima: 193 km/h (idem, mas dados são do fabricante)
Consumo: 5,7 km/litro na cidade e 9,9 km/l na estrada (Carro, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,33/1,79/1,50/2,60m
Porta-malas: 400 litros
Tanque: 58 litros
Preços: R$ 62.900 (básico) / R$ 79.493 (completo)


2º Chevrolet Cruze Sport6 LTZ Ecotec 1.8 16v 



Um ano passou rápido demais para o Cruze Sport. Seu estilo mais moderno e atraente no comparativo do ano passado caiu para a terceira posição, empatado com o Bravo e superado pelos renovados Golf e Focus. A impressão do seu cansaço é reforçada pelo face-lift que ele já sofreu na Europa e pela expectativa da nova geração da linha Cruze em 2015.

O acabamento bem montado, mas de aparência simples e já modernizado na Europa, também ficou atrás do Golf e do Bravo. Pelo menos empatou com o Focus, que tem problemas de montagem.

Fora isso, o Cruze não fez feio no comparativo. Só precisou ser comparado na versão top LTZ para fazer frente aos equipamentos do Golf. Ficou mais caro (custa R$ 80.190 ante R$ 71.190 do LT), mas conseguiu ser melhor em custo-benefício que o novo rival (que cobra a mais pelo GPS, os bancos em couro, o botão de partida e o teto solar, mas tem o sistema StartStop, que desliga o motor nas paradas breves, airbag para os joelhos do motorista e sensor de estacionamento dianteiro).

O LTZ traz de série ar condicionado digital, direção elétrica, controles de tração e estabilidade, airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS com EBD e assistência de frenagem em urgência, retrovisores elétricos com desembaçador e rebatimento automático, bancos em couro, rodas de 17 polegadas, sensores de chuva e de estacionamento traseiro, destravamento das portas por aproximação, partida por botão, piloto automático, sistema multimídia My Link com tela de 7 polegadas sensível ao toque, GPS, rádio, CD Player, MP3, USB, Bluetooth, câmera de ré, comando por voz e teto solar elétrico. O LT não tem airbags de cortina, entrada por aproximação, partida por botão, teto solar e nem GPS.


O porta-malas de 402 litros ainda é um dos maiores, ao lado dos 400 litros do Bravo, e só o Cruze é o mais espaçoso. O motor Ecotec 1.8 16v também é o mais potente graças ao álcool, gerando 144 cavalos. Com gasolina empata com os 140 do Golf. A vitória se deve à ausência do Peugeot 308 2.0 e também ao motor 2.0 de injeção direta do Focus. Aí a história seria diferente.

O câmbio realmente automático de seis marchas só não é melhor que o automatizado DSG de sete velocidades do Golf. No desempenho e no nível de ruído o Cruze só perdeu para o Golf.  Em aceleração e retomada o Chevrolet cumpriu em 11,6 e 8,8 segundos, respectivamente. O ruído é de 63,8 decibéis a 120 km/h. Vale lembrar que os números de teste, tanto do Cruze, quanto do Golf são da revista Quatro Rodas. Mas isso não tem nada a ver com o resultado. A rede de 600 concessionárias da Chevrolet também só perde para as 636 da Volkswagen.

Em movimento, os piores resultados do Cruze foram no consumo de 6,5 km/l na cidade e 8,6 km/l na estrada, empatado com o Fiat Bravo, e na frenagem a 120 km/h em 58,3 metros, exatamente igual ao do Focus, testado pela revista Carro. Mas eles não impediram que o hatch da Chevrolet ficasse em segundo lugar, oito pontos atrás do Golf e nove à frente do Bravo. 

 FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.796 cm³, 16 válvulas
Câmbio: Automático de seis marchas com comando manual na alavanca
Potência: 140 (gasolina) e 144 cv (álcool)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,6 segundos (Revista Quatro Rodas, com álcool)
Velocidade máxima: 197 km/h (fabricante, com álcool)
Consumo: 6,5 km/litro na cidade e 8,6 km/l na estrada (Quatro Rodas, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,51/1,79/1,48/2,69 m
Porta-malas: 402 litros
Tanque: 60,3 litros
Preço: R$ 80.190



1º Volkswagen Golf Highline 1.4 TDI DSG



Com o Focus aguardando face-lift para 2015, o Cruze de mudança total marcada para o mesmo ano no exterior e o Bravo com futuro indefinido (não se sabe se terá nova geração europeia ou será substituído aqui pelo Viaggio hatch chinês), o Golf já entrou no comparativo como o grande favorito. 

O hatch médio fabricado no Paraná passou dez anos desatualizado e foi ultrapassado por duas gerações na Europa até que a terceira seguinte enfim chegou ao nosso país. Para agilizar o seu lançamento, o novo Golf vem direto da Alemanha, mas será fabricado na mesma fábrica de São José dos Pinhais, em 2015, junto com o seu irmão de plataforma modular MQB, Audi A3 Sedan (o hatch da primeira geração era fabricado lá). 

Para compensar o atraso ele chegou com tudo que há de mais moderno para o segmento em motor (um 1.4 e um 2.0 com turbo e injeção direta de gasolina), câmbio (um automatizado de dupla embreagem e sete marchas) e equipamentos (como sistema Start-Stop, que desliga o motor nas paradas em sinal de trânsito, freio de mão elétrico, sete airbags, partida por botão, assistente de estacionamento, detectores de fadiga, previsão de acidente, piloto automático que mantém a distância para o carro da frente).

Tudo bem que só os três primeiros são de série na versão básica Highline 1.4 com câmbio automatizado aqui considerada. Os outros são opcionais. Mesmo assim o Golf mais barato já chega bem recheado com o ar condicionado digital, sistema multimídia, controles de tração e estabilidade, bloqueio eletrônico de diferencial, sete airbags (dois frontais, dois laterais, dois de cortina e um de joelho para o motorista), alerta de perda de pressão dos pneus, piloto automático simples, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, sensores de chuva e faróis, direção elétrica, trio elétrico, espelhos externos rebatíveis automaticamente, computador de bordo, bancos dianteiros com ajuste lombar manual, ajuste de altura e profundidade do volante (que é multifuncional, com controles do rádio, piloto automático e computador de bordo), CD Player com tela multimídia de 5,8 polegadas, sensor de aproximação e entradas USB, cartão de memória, entradas auxiliares e conexão Bluetooth, além de faróis de neblina, lanternas e luz da placa em LED e rodas de liga-leve de 16 polegadas.

Mesmo com tudo isso, o Golf conseguiu um segundo lugar pelo seu preço de R$ 74.990, desde que o Bravo esteja completo e o Cruze seja o LTZ. Só perdeu para os R$ 69.990 do Focus SE com poucos equipamentos. Mas se o Fiat for o básico e o Chevrolet o LT, o Golf cai para o último lugar em preço. A lista de equipamentos do Highline básico ainda acabou perdendo para o Cruze LTZ, que traz mais itens de série enquanto a VW cobra por eles.


Ele volta a ficar mais completo com os pacotes Elegance (seletor de perfil de direção entre quatro modos (normal, eco, esporte e individual), navegador, comando de voz e sistema de acesso sem chave e partida por botão), Exclusive (faróis de xénon com luzes diurnas de LED, regulagem dinâmica de altura e indicador do nível da água do lavador e revestimento interno de couro com aquecimento dos bancos dianteiros) e Premium (bancos dianteiros com ajustes elétricos, detector de fadiga e sistema de proteção ativa para os passageiros, que fecha os vidros automaticamente quando detecta risco de acidente). Mas aí o preço sobe para, respectivamente, R$ 79.990, R$ 89.990 e R$ 99.990, sem os opcionais extras como rodas de 17 polegadas, teto solar elétrico e o sistema multimídia com tela de 8 polegadas. Completíssimo, o preço já passa dos 115 mil reais. 
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No desempenho, o Golf passeou na aceleração de 0 a 100 km/h em 8,6 segundos e na retomada entre 80 e 120 km/h em 6 segundos. Mesmo com tanta disposição, ele ainda conseguiu ser o mais econômico, graças ao motor 1.4 TSI, que ainda não pode ser abastecido com etanol para prejudicar o consumo. Fez média de 11,5 km/l na cidade e 14,1 km/l na estrada. Também é o mais silencioso, com 62,8 decibéis a 120 km/h. Só foi surpreendido na frenagem de 57,9 metros com a mesma velocidade pelos 56,9 m do Bravo. O motor 1.4 TSI tem os mesmos 140 cavalos com gasolina e só perdeu para o Cruze porque não é flex e não tem a vantagem, neste caso bem-vinda, da potência com álcool. Por outro lado, tem o câmbio com maior número de marchas (sete), ainda que seja automatizado, e é um dos únicos, junto com o Bravo, que têm borboleta no volante (o do Cruze e do Focus ficam na alavanca no console). 

O baixo nível de ruído, além do motor, também pode ser creditado ao excelente acabamento interno, com bons materiais, revestimento de alto nível e excelente montagem. 

Contando com a maior rede de concessionárias do país (636 da Volkswagen), o Golf conseguiu sete vitórias e cinco segundo lugares (o último foi no espaço interno, mais apertado apenas que o Cruze). O seu único deslize no comparativo é no porta-malas de apenas 313 litros, menor até que o do seu irmão GTI, com motor 2.0, também TSI, de 200 cavalos, que tem 338 litros porque o seu estepe é mais fino e o do 1.4 é de tamanho normal. 

O Golf tem estilo conservador, mas suas linhas são as mais modernas, consolidando o seu posto de melhor hatch médio do mercado brasileiro, enquanto ele não desafia o Focus 2.0. Mas para este tem o GTI. Seu favoritismo foi confirmado.

FICHA TÉCNICA

Motores: Quatro cilindros, transversal, turbo, injeção direta de gasolina (TSI), 1.395 cm³, 16 válvulas
Potência: 140 cv
Câmbio: Automatizado sequencial de sete marchas e dupla embreagem com mudanças manuais
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,6 segundos (Revista Quatro Rodas)
Velocidade máxima: 212 km/h (VW)
Consumo: 11,5 km/l na cidade e 14,1 km/l  na estrada (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,25/1,80/1,47/2,63m
Porta-malas: 313 litros
Tanque: 50 litros
Preço básico: R$ 74.990