TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTAS QUATRO RODAS E CARRO (FIAT PUNTO)


O plano era realizar uma "versão hatch" do comparativo entre sedãs compactos premium de julho do ano passado. Chevrolet Sonic e Ford New Fiesta, que com três volumes enfrentaram o Fiat Grand Siena, Honda City e JAC J5, seriam comparados com o renovado Fiat Punto, Honda Fit e o então recém-lançado Citroën C3.

Na época já era certo que o Fiesta mudaria e ainda passaria a ser fabricado no país. Então, adiei o comparativo para que o Ford tivesse condições de participar. Nesse intervalo chegou também, surpreendentemente cedo, o Peugeot 208.

Enfim, confirmei a participação do Sonic e dos renovados C3, Punto e New Fiesta, mas troquei o Honda Fit, que deve mudar no ano que vem, pelo novíssimo 208.


Com o lançamento do New Fiesta nacional, as três principais revistas especializadas do Brasil realizaram, com evidentemente mais estrutura, o comparativo que eu sempre planejei. A Quatro Rodas reuniu o Fiesta, Sonic, 208, C3 e o Hyundai HB20. A Carro excluiu o Chevrolet e a Autoesporte tirou o Hyundai e colocou o Punto e o Fit.

Como eu nunca escondi que uso os dados de testes das revistas e baseio os comparativos do Guscar neles, aproveito para comparar as versões top (sendo que a do Punto é intermediária) e com câmbio automático ou automatizado. A escalação ficou assim: Peugeot 208 Griffe, Ford New Fiesta Titanium, Fiat Punto Essence, Chevrolet Sonic LTZ e Citroën C3 Exclusive, todos com motor flex 1.6 de 16 válvulas. Os números de teste são da Quatro Rodas, com exceção do Punto, que são da Carro e com transmissão manual.

E pra quem acha que eu copiei até as opiniões e os resultados dos comparativos, vai ver que aqui o vencedor foi diferente.


O Punto é o mais vendido dos cinco modelos deste comparativo. Está em 20º entre todos os carros. Mérito dos R$ 42.870 da versão Essence 1.6 16v com câmbio manual e sem opcionais, o mais barato dos cinco. Existe também a Attractive 1.4 (R$ 39.610), a Sporting 1.8 (R$ 47.610) e o T-Jet 1.4 Turbo (R$ 57.160). 

Básico, o Punto Essence já vem bem equipado com ar condicionado manual, direção hidráulica, computador de bordo, trio elétrico, freios ABS e airbags frontais. Com o câmbio automatizado Dualogic de cinco marchas (superado apenas pelo PowerShift do Fiesta e o automático de seis marchas do Sonic) o preço, que já inclui piloto automático, sobe para R$ 45.377.

Com equipamentos próximos ao do Ford New Fiesta, Peugeot 208 e Chevrolet Sonic, como alarme antifurto, vidros elétricos traseiros, sistema de som com comando de voz, rodas de liga-leve, sensores de farol e estacionamento e borboletas do câmbio atrás do volante, entre outros, além da pintura metálica, o preço aumenta para R$ 52.343 e ainda é o mais barato dos cinco. Já os dispensáveis teto solar Skydome e a iluminação decorativa no painel fazem o valor disparar para R$ 58.598 e, assim, ele só ficaria mais barato que o Citroën C3 Exclusive, que tem o para-brisas Zenith de série.

O custo mais em conta e o acabamento mais refinado do painel renovado junto com o face-lift do ano passado foram as únicas vitórias do Punto. A lista de equipamentos, principalmente de série, é a mais simples, chegando ao cúmulo de cobrar a mais por alarme, encosto rebatível do banco traseiro e vidros elétricos atrás.


Outros resultados ruins do Punto são o motor E.TorQ 1.6 16 válvulas menos potente (115 cavalos com gasolina e 117 cv com álcool), o nível de ruído de 64,6 decibéis a 80 km/h (segundo a revista Carro) e o estilo mais antigo (data de 2005 na Itália e 2007 aqui no Brasil), que apesar da nova frente adotada no ano passado, ainda não tem nova geração nem na Europa.

Em compensação, o consumo de 7,2 km/l na cidade e 10,3 km/l na estrada, com álcool, pela Carro, tecnicamente empatado com o Sonic, e a rede de 580 concessionárias da Fiat só foram superados pelo New Fiesta e a Chevrolet, respectivamente.

O espaço interno é mediano. Já a frenagem a 80 km/h de 26,9 metros e o porta-malas de 280 litros só são melhores que o New Fiesta e o Sonic, na ordem.

Com poucas vitórias, três últimos lugares e um câmbio automatizado que ainda dá muitos trancos, o Fiat Punto sentiu o peso de sete anos no mercado brasileiro.

FICHA TÉCNICA 

Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.598 cm³,16 válvulas
Potência: 115 cv (gasolina) e 117 cv (álcool)
Câmbio: Automatizado Dualogic, 5 marchas
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,4 segundos (revista Carro, com álcool)
Velocidade máxima: 184 km/h (fabricante)
Consumo: 7,2 km/l na cidade e 10,3 km/l na estrada (Quatro Rodas, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,06/1,69/1,49/2,51 m
Porta-malas: 280 litros
Tanque: 60 litros
Preço: R$ 52.343 (como avaliado)



O compacto premium mundial da Chevrolet ainda não caiu nas graças do brasileiro. É o 42º carro mais licenciado do mercado (ranking de abril da Fenabrave) e é tão raro quanto uma mosca branca (o sedã é ainda mais difícil de ser visto nas ruas). Apesar disso conseguiu superar o Fiat Punto e somente ele.

Teve apenas uma vitória e ainda assim graças à maior rede de 600 concessionárias da Chevrolet. Entretanto, ficou em último lugar apenas no porta-malas de 260 litros, que pode ser considerado minúsculo para o segundo mais comprido dos cinco (tem 4,04m contra 4,06m do Punto).

O Sonic só não tem o melhor câmbio automático de seis marchas porque o New Fiesta tem um automatizado de seis marchas e dupla embreagem. O consumo de 7,4 km/l na cidade e 10,3 km/l na estrada com etanol, segundo a revista Quatro Rodas, é praticamente igual ao do Punto, mas o Chevrolet gasta mais combustível apenas comparado ao Ford. Outro bom resultado foi no espaço interno, só mais apertado que o do Peugeot 208.

Com uma vitória, três segundos lugares e dois terceiros (preço e frenagem de 26,3 a 80 km/h), como o Sonic ficou apenas em quarto lugar?

Vou responder depois de falar do preço e da lista de equipamentos. O Sonic considerado no comparativo foi o LTZ, que já tem câmbio automático de série. Já importado do México, custa R$ 54.990 ou R$ 55.990 com pintura metálica e vem equipado com ar condicionado, direção hidráulica com ajuste de altura e profundidade, trio elétrico, alarme com acionamento a distância na chave canivete, CD Player com MP3, USB e Bluetooth, controle do som no volante, computador de bordo, "follow me home", airbags frontais, freios ABS, sensor de estacionamento traseiro, faróis de neblina, bancos em couro sintético, piloto automático e rodas de liga-leve de 16 polegadas.



Há também a versão LT, com câmbio manual, por R$ 47.590. A transmissão automática é opcional e, junto com o piloto automático, eleva o preço para R$ 50.890, mais mil reais com pintura metálica, que tem mais opções que a única sólida Branco Ice. A perda em relação ao LTZ se limita apenas aos bancos em couro e os faróis de neblina, fazendo do LT, um pouco mais vantajoso. 

Respondendo à pergunta do antepenúltimo parágrafo: a modesta posição do Sonic se deve ao grande número de penúltimos lugares. A começar pela relação de equipamentos de série e a potência de 120 cavalos com álcool do motor Ecotec 1.6 16v, três a mais que o do Punto. Com gasolina são 116 cv. 

O desempenho, com aceleração de 0 a 100 km/h em 11,9 segundos e retomada entre 80 e 120 km/h em 10 segundos, empatou tecnicamente com o compacto da Fiat e não superou ninguém. O ruído de 61,6 decibéis a 80 km/h também só é mais baixo que o do Punto. O acabamento só é melhor que o do New Fiesta. 

Por fim, o estilo abruptamente cortado na traseira, com a grade enorme dividida e os faróis e lanternas sem lentes é mais atraente apenas que o Punto. Ficou atrás de três concorrentes não porque é antiquado, mas porque é estranho e isso parece que não arrebatou os brasileiros.


FICHA TÉCNICA 

Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.598 cm³, VVT, 16 válvulas
Potência: 116 cv (gasolina) e 120 cv (álcool)
Câmbio: Automático sequencial, 6 marchas
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,9 segundos (revista Quatro Rodas, com álcool)
Velocidade máxima: 180 km/h (fabricante)
Consumo: 7,4 km/l na cidade e 10,3 km/l na estrada (Quatro Rodas, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,04/1,74/1,52/2,53 m
Porta-malas: 265 litros
Tanque: 46 litros
Preço: R$ 55.990 (como avaliado)

Em 2013 o Citroën C3 está fazendo 10 anos no Brasil. No ano passado, a sua segunda geração enfim chegou ao país, quatro anos depois do europeu. Entretanto, o C3 brasileiro veio com algumas alterações como a frente com grade aberta no capô e interior com painel monocromático e difusores de ar circulares.

O lado bom é que a frente do nosso C3 foi adotada no modelo europeu, como face-lift. O ruim é que o acabamento do brasileiro é mais simples e com muito plástico, mas com bom detalhes cromados. O quadro de instrumentos agora é totalmente analógico. Se fosse lá, que é o mesmo do esportivo DS3, também vendido aqui, empataria com o primo Peugeot 208. Mas ficou em terceiro.

Outra avaliação mediana foi do estilo, que conservou o formato arredondado do C3 antigo. Agora ele tem direito a para-brisa que termina na metade do teto, desde a segunda versão mais barata, a Tendance. Mas ele ganhou detalhes mais agressivos no para-choque para tentar conquistar os homens. Ficou atrás do moderno 208 e do chamativo New Fiesta, que é mais antigo. No entanto, seu design é mais atraente que o do Sonic. 

O C3 ganhou três itens. Dois deles em provas dinâmicas, como na frenagem de 24,5 metros e o nível de ruído de 59,4 decibéis, ambos a 80 km/h e da Quatro Rodas. Neste último, todavia, empatou tecnicamente com o New Fiesta e o 208. A última vitória foi no porta-malas de 300 litros.

O novo motor 1.6 16 válvulas Flex Start, que dispensa o reservatório de partida a frio, usado também no Peugeot 208, Picasso, Aircross e no médio 308, tem uma boa potência (115 cv com gasolina e 122 cv com álcool) que só foi superada pelos 125/130 cv do novo Sigma do New Fiesta, que também dispensou o tanquinho. Resultado semelhante ocorreu no desempenho, onde o Citroën acelerou de 0 a 100 km/h em 12,7 segundos e retomou entre 80 e 120 km/h em 9,5 segundos. Neste item, o segundo lugar foi definido pela soma das classificações nestas duas provas, superando o Punto e o Sonic, pois o Ford foi o mais rápido em ambas.

Já o câmbio automático sequencial de quatro marchas, também compartilhado com o 208, é fraco e os dois foram superados pelos três rivais deste comparativo. O consumo novamente é idêntico ao do Peugeot: 7,2 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada e de novo superado por três modelos. A rede de 165 concessionárias idem. O espaço interno conseguiu superar o New Fiesta.


O C3 na versão Exclusive vem equipado de série com ar condicionado digital, direção elétrica, airbags dianteiros, freios com ABS + REF (Repartidor Eletrônico de Frenagem), trio elétrico (inclusive nos vidros traseiros), volante com regulagem de altura e profundidade, travamento automático das portas, banco do motorista com regulagem de altura, computador de bordo, banco traseiros bipartidos, faróis de neblina, lanternas diurnas com LEDs, para-brisa panorâmico Zenith com ocultador manual, porta-luvas com iluminação interna, sistema de áudio MP3 com entradas externas, conexão Bluetooth e comando satélite na coluna de direção, sensores de chuva e farol, retrovisor interno eletrocrômico com guia de três LEDs, bancos dianteiros com dois apoios de braço, piloto automático, rodas de alumínio de 16 polegadas, volante em couro, entre outros. Airbags laterais, navegador GPS, sensor de estacionamento e bancos em couro são opcionais. 

Básico, o C3 Exclusive custa R$ 57.345 com a pintura metálica incluída, pois a única opção de cor sólida é a branca. É o suficiente para fazer dele o mais caro dos cinco. Com todos os opcionais citados, seu preço chega a R$ 62.455. 

Há também as versões Origine (R$ 39.990) e Tendance (R$ 45.155), ambas com motor 1.5 de oito válvulas. O Exclusive manual custa R$ 51.255. 

Apesar de bem equipado, o Citroën C3 cobra a mais por airbags laterais, bancos em couro, sensor de estacionamento e GPS, de série nas versões completas de alguns concorrentes como o New Fiesta, Sonic e Peugeot 208. Vai ser difícil continuar conquistando as mulheres e arrebatar os homens no início da sua segunda década.

FICHA TÉCNICA 

Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.587 cm³, VVT, 16 válvulas
Potência: 115 cv (gasolina) e 122 cv (álcool)
Câmbio: Automático sequencial, 4 marchas
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,7 segundos (Quatro Rodas, com álcool)
Velocidade máxima: 199 km/h
Consumo: 7,2 km/litro na cidade e 9,6 km/l na estrada (Quatro Rodas, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 3,94/1,71/1,52/2,46 m
Porta-malas: 300 litros
Tanque: 55 litros
Preço: R$ 57.345 (Exclusive automático básico e com pintura metálica)


Antes vindo do México e agora fabricado em São Bernardo do Campo, o New Fiesta hatch (o sedã vai continuar sendo importado) não ganhou apenas uma nova grade mais agressiva, igual a do Fusion e dos Aston Martin. Ele ganhou um banho de tecnologia (como o motor Sigma 1.6 com comando variável de válvulas e sistema de partida a frio e o câmbio automatizado PowerShift de seis marchas e dupla embreagem), novas versões para brigar com modelos mais simples (S, SE e Titanium) e manteve os equipamentos do mexicano. 

Ele foi a estrela dos comparativos das revistas Quatro Rodas, Carro e Autoesporte e ganhou nas duas primeiras (a publicação da Editora Globo não apontou um vencedor). Ofuscou até o lançamento do Peugeot 208. Neste comparativo ele ganhou seis itens e seria o vencedor se valesse o antigo critério das mais vitórias. 

O New Fiesta começou ganhando no novo motor Sigma 1.6 16v, que, com as alterações já citadas no primeiro parágrafo do seu texto, pulou de 110/115 cavalos para 125 (gasolina) e 130 cv (com álcool), a maior dos cinco. Este motor o fez acelerar de 0 a 100 km/h em 10,5 segundos e recuperar entre os 80 e 120 km/h em 8,7 segundos. Já a inédita para um carro nacional e também insuperável transmissão automatizada Power Shift colaborou para o consumo mais baixo deste comparativo: 8,4 km/l na cidade e 12 km/l na estrada. 

A lista de equipamentos de série da versão Titanium também é a melhor. Falta GPS, é verdade, mas tem controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, ar-condicionado digital, trio elétrico, direção elétrica, sistema ISOFIX para cadeirinhas infantis, sistema de entretenimento Sync com comando de voz e tela de 3,5 polegadas no centro do painel, bancos revestidos em couro e sensores de estacionamento, chuva e crepuscular, piloto automático e sete airbags.



Os itens até o Sync já estão presentes na versão SE 1.6, que custa R$ 45.490 e só tem câmbio manual. O Titanium manual sai por R$ 51.490 e o automático, como este considerado, R$ 54.990. Apesar de duas opções de cores sólidas (branco e vermelho), só há uma de pintura metálica (prata, por 1.029 reais). Assim, foi incluída no preço de avaliação a pintura perolizada, que pode ser azul, preta e vermelha, fechando em R$ 56.260. 

O New Fiesta tem 59,8 decibéis de ruído a 80 km/h, atrás dos 59,5 do 208 e dos 59,4 do C3. Mas ganhou a pontuação máxima pelo empate técnico. O porta-malas de 290 litros só é menor que o do Citroën. E suas linhas originais de 2007 (na Europa), mantidas no face-lift, ainda são modernas, mas não que as do Peugeot. 

A começar pelo alto preço, o segundo mais caro, o New Fiesta perdeu pontos que tiraram a sua vitória no comparativo do Guscar. O Ford ficou em último na frenagem a 80 km/h: 28,3 metros. Imagina se ele não tivesse controle de tração e freios ABS. O habitáculo continua apertado e a situação só vai ser resolver com uma nova geração. Se a atual demorou quatro anos para chegar aqui... 

A nacionalização do New Fiesta prejudicou também o acabamento. Antes revestido de material emborrachado, agora tem plásticos duros e aparência de construção em única peça, que o jogaram para a última posição no quesito. 

Melhor, de acordo com as outras publicações, o New Fiesta ficou em segundo aqui no Guscar e poderia ter ficado mais para trás se não fossem as melhorias que ganhou no motor e no câmbio.

 FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.596 cm³, Dual VVT, 16 válvulas
Potência: 125 cv (gasolina) e 130 cv (álcool)
Câmbio: Automatizado Power Shift, dupla embreagem, 6 marchas
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,5 segundos (Quatro Rodas, com álcool)
Velocidade máxima: 190 km/h 
Consumo: 8,4 km/l na cidade e 12 km/l na estrada (Quatro Rodas, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 3.97/1,72/1,46/2,49 m
Porta-malas: 290 litros
Tanque: 52 litros
Preços: R$ 56.260 (como avaliado)


O modelo mais recente e moderno do comparativo venceu pela regularidade. Fabricado aqui no estado do Rio menos de dois anos depois de lançado na Europa, o Peugeot 208 foi o melhor em três itens, começando pelo estilo suavemente arredondado, com faróis angulosos, grade hexagonal  entre o capô e o para-choque, lanternas em forma de garra de leão e muitos vincos. Veio para enterrar o 207, que na verdade é o 206 maquiado, carroceria de 1998 que ainda não saiu de linha.

O 208 também tem o melhor espaço interno (graças à sua maior distância entre-eixos, de 2,54m) e foi um dos melhores no nível de ruído de 59,5 decibéis a 80 km/h, empatado tecnicamente com o New Fiesta e o C3, segundo a revista Quatro Rodas.

A regularidade que determinou a vitória do Peugeot começa no bom acabamento, que só fica atrás em qualidade do Fiat Punto. Visualmente se destaca pelo quadro de instrumentos acima do volante e a tela  multimídia sobreposta. Sensível ao toque, é oferecida de série desde a segunda versão, a Allure, com motor 1.5 de oito válvulas.


A versão considerada neste comparativo é a top Griffe, com motor 1.6 de 16 válvulas e câmbio automático de quatro marchas. Custa R$ 55.790 (com pintura metálica incluída, porque a única opção sólida é a vermelha) e já tem de série, além do sistema multimída com GPS, rodas de liga-leve de 16 polegadas, faróis com luzes diurnas de LED, airbags frontais, freios ABS com repartidor eletrônico de frenagem, computador de bordo, ar condicionado digital de duas zonas, direção elétrica, vidros elétricos dianteiros e traseiros, travas elétricas com comando na chave, retrovisores elétricos, porta-luvas refrigerado, volante multifuncional revestido em couro, sensores de chuva, faróis e de estacionamento traseiro, piloto automático, alarme e o teto solar panorâmico, presente também desde a versão Allure, que custa R$ 45.990, sem pintura metálica, de R$ 1.100).

Essa lista só não é mais completa que a do New Fiesta, porque este tem sete airbags e controles de tração e estabilidade. O preço também é o segundo mais baixo, apenas 200 reais a menos que o Sonic. Somente o Punto é mais barato do que ele. O motor 1.6 16v de 115/122 cv, que aliás é o mesmo Flex Start do Citroën C3 e do 308,  é outro que só foi superado por um carro, no caso o New Fiesta.

Outro segundo lugar foi no desempenho, com aceleração de 12,7 segundos e retomada de 9,2 segundos. A frenagem a 80 km/h foi medida pela Quatro Rodas em 25,6 metros e só ficou atrás do C3.

O que prejudicou o desempenho foi o velho câmbio sequencial de quatro marchas, igual ao do C3, um dos piores deste comparativo. Situação idêntica do consumo de 7,2 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada, rigorosamente o mesmo do Citroën, assim como a rede de 165 concessionárias.

São os piores resultados do Peugeot 208, que não ficou sozinho no último lugar nenhuma vez. Foi o único que conseguiu tal façanha e ainda venceu o comparativo com dois pontos de vantagem sobre o New Fiesta, fazendo dele, por enquanto, o melhor hatch compacto premium do mercado brasileiro.

FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.587 cm³, VVT, 16 válvulas
Potência: 115 cv (gasolina) e 122 cv (álcool) 
Câmbio: Automático sequencial, 4 marchas
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,7 segundos (Quatro Rodas, com álcool) 
Velocidade máxima: 191 km/h 
Consumo: 7,2 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada (Quatro Rodas, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 3.97/1,70/1,47/2,54 m
Porta-malas: 285 litros
Tanque: 55 litros
Preços: R$ 55.790 (como avaliado)

Minha Escolha Por ser o mais moderno e ter bons equipamentos pelo segundo menor preço.