TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO

Se o FF é a primeira Ferrari com tração integral, o La Ferrari é o seu primeiro carro originalmente híbrido. A nova geração de uma dinastia que começou com a GTO (1984), F40 (que comemorou os 40 anos da Ferrari em 1987), F50 (de 1995, para comemorar o meio século três anos depois) e a Enzo (2002) tem, além do motor V12 6.3, de 800 cavalos (o mesmo da F12 Berlinetta), um propulsor elétrico de 163 cv.

No total são 963 cavalos para acelerar de 0 a 100 km/h em menos de três segundos, chegar aos 200 km/h em menos de sete e aos 300 em 15 segundos. A velocidade final supera os 350 km/h. A La Ferrari também tem o sistema de recuperação de energia das frenagens, o chamado KERS, herdado da Fórmula 1, que já vem sendo usado em vários modelos populares. Na La Ferrari, no entanto, a aceleração também é recuperada. Há ainda outro motor elétrico para os acessórios.


O desenho do La Ferrari se destaca pelo teto arredondado pintado de preto brilhante, se juntando às janelas, para-brisa e o vidro "vitrine" do motor, dando a impressão de que tudo é envidraçado, fazendo lembrar aqueles protótipos pensados para o futuro da Fórmula 1. As portas se abrem para cima.

 A carroceria tem vários vincos, túneis e entradas de ar. A La Ferrari não tem para-choques. Tem spoilers que sustentam a carenagem. As grades estão bem à mostra, tanto atrás, quanto na frente, embora internamente. Os faróis têm formato de bumerangue e as lanternas têm apenas um par redondo, separado pelo aerofólio e a barra vertical com o cavalinho.


O chassi é composto de quatro tipos de fibra de carbono. Os freios são de carbono e cerâmica. As rodas dianteiras têm 19 polegadas, com pneus 245/30, e as traseiras são de 20 com pneus 345/30. A marca do pneu não poderia ser outra senão a Pirelli, modelo P-Zero.

O interior tem aparência simples, embora seja moderno, principalmente no painel, onde se destaca o quadro de instrumentos inteiramente digital e configurável. O volante de base achatada tem vários comandos, como o botão de partida e uma chave para a carga dos amortecedores. No console, chama a atenção os três botões da transmissão automatizada de sete marchas e dupla embreagem. As mudanças manuais ficam nas borboletas atrás do volante, recurso inventado pela Ferrari na Fórmula 1 em 1989. O banco do motorista, quer dizer, do piloto, é fixo, mas é feito de acordo com as suas medidas. Ajuste só nos pedais e no volante.


O La Ferrari será vendido para apenas 499 felizardos milionários. O preço equivale a 3,3 milhões de reais. A Ferrari continua inovando em estilo e tecnologia. Porém, por mais que ela queira achar que esse novo carro seja A Ferrari, a marca italiana já foi mais criativa para batizar as suas lendas.