TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


O Chevrolet Prisma mal chegou ao mercado e a Hyundai já respondeu com o HB20S. O S identifica a versão sedã do seu hatch mais bem sucedido no Brasil, que foi o quarto automóvel mais vendido do país em fevereiro.

Quem leu o post sobre o Prisma, com certeza, deve estar estranhando porque o HB20S já está no blog se eu tinha dito que ele só chegaria no mês que vem. É que a Hyundai já apresentou o três volumes para a imprensa, mas as vendas, de fato, só começam no dia 20 de abril.


Mesmo tendo linhas mais retas que a escultura fluída dos irmãos sedãs Elantra, Sonata e Azera, o HB20S foi inspirado neles, embora tenha mais curvas que o irmão hatch. Como ele, a fluidez está presente nos vincos. No entanto, visto de um certo ângulo, a caída do teto é bem suave. O cofre do porta-malas é curto, como no rival da Chevrolet e até no Honda City, outro potencial concorrente. As lanternas traseiras são horizontais, como em praticamente todos os modelos da marca sul-coreana. No HB20S são menores e ficaram com aparência um pouco conservadora. O que também acontece com o recorte das janelas laterais. Culpa do aplique de plástico preto junto às mesmas, que quebra e polui a harmonia da lateral. Se fosse um vidro vigia, ficaria melhor.



A frente é idêntica à do HB20 hatch. Assim como o interior bem acabado, com plásticos de qualidade superior no segmento e acabamento de tecido nas portas em todas as versões. O painel, claro, segue o conceito de duplo cockpit, com o console em formato de pilão, as saídas de ar como asas e o quadro de instrumentos de dois túneis. Na versão topo de linha Premium os plásticos são bicolores.


Com a mesma distância entre-eixos de 2,50m, o espaço interno é igual ao do hatch, mesmo com o teto mais baixo, Por outro lado, a medida é inferior aos 2,53m do Prisma. Apesar do comprimento do HB20 ter pulado de 3,90m para 4,23m no S, a capacidade do porta-malas ficou nos 450 litros, menor que os 480 l do Voyage.


O HB20S também tem os motores Flex 1.0 e 1.6. O menor tem três cilindros e potência de 75 cavalos com gasolina e 80 cv com álcool. Só está disponível com câmbio manual de cinco marchas. O conjunto faz o sedã acelerar de 0 a 100 km/h em 14,9 segundos e atingir 162 km/h de velocidade máxima. O 1.6 tem os quatro cilindros tradicionais e rende entre 122 e 128 cavalos. O câmbio pode ser manual ou automático de quatro marchas. A aceleração com o manual varia entre 9,3 e 9,7 segundos, dependendo do combustível, sendo melhor com etanol. E a velocidade máxima fica entre 189 e 184 km/h. Com câmbio automático o desempenho cai muito, com aceleração de 11 e 11,4 segundos e velocidade de 174 e 177 km/h.


A gama de versões começa com a Comfort Plus, que custará R$ 39.495, bem mais caro que os R$ 34.990 do Prisma. A Hyundai se defende dizendo que o HB20S já traz ar-condicionado, direção hidráulica, airbag duplo frontal, travas e vidros elétricos nas quatro portas, rádio com entrada para CD, MP3, cabo USB, sistema Bluetooth e comandos no volante, computador de bordo e banco do motorista com regulagem de altura.

Acontece que a montadora sul-coreana acha que o brasileiro não sabe comparar e nem pedir o carro completo. Com ar condicionado, o Prisma LT 1.0 sai por R$ 38.495 e ainda tem sistema multimídia com GPS, também opcional. Só fica devendo os vidros elétricos traseiros. 


O segundo HB20S mais barato é o Comfort Style 1.0, por R$ 42.675, que adiciona freios ABS com EBD (que o Chevrolet já traz de série na versão básica), retrovisores elétricos com piscas e rodas de liga-leve de 14 polegadas e faróis de neblina. 

Acima, vem a Plus 1.6, com os mesmos itens do 1.0 mais os freios ABS e o preço de R$ 44.995. O Prisma  LTZ 1.4 custa R$ 45.990. Somente esta versão leva vantagem em relação ao Prisma. A Style 1.6 sairá por R$ 48.175 com câmbio manual e R$ 51.375 com o automático. Em relação ao Style 1.0 tem a mais apenas o apoio de braço entre os bancos dianteiros. Por fim, a Premium 1.6 tem rodas de alumínio de aro 15, volante e alavanca do câmbio revestidos de couro e sensor de luminosidade. Sai por R$ 50.795 e R$ 53.995, dependendo da transmissão. 


Os preços da versão top já se aproximam da faixa dos sedãs compactos mais sofisticados, como o Honda City (R$ 50.990 o DX manual e R$ 60.450 o LX automático), o Chevrolet Sonic LT (R$ 53.800, somente com câmbio manual) e o Ford New Fiesta (de R$ 47.300 a R$ 53.600). 

Com o sucesso do HB20 hatch e da versão vestida de aventureira HB20x, a Hyundai do Brasil,  independente da CAOA, já alcançou o quinto lugar entre as montadoras mais vendidas do país em fevereiro. Com o sedã HB20S, a expectativa é consolidar a posição até o final do ano ou, quem sabe, tirar a cinquentenária presença da Ford do Top 4. Resta saber se os preços, já com o novo aumento do IPI, vão deixar.