Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação 


Nos últimos dois anos, os três sedãs da Hyundai - Sonata, Elantra e Azera - foram totalmente renovados, ganhando no estilo de suas carrocerias o conceito de escultura fluída. No Brasil, o novo visual está demorando para chegar ao hatch médio i30. O atraso se explica porque ele ainda é o líder de vendas do segmento e, na cabeça comercial dos executivos da CAOA, importadora da Hyundai no país, ele ainda tinha fôlego visual e dava lucro.

O fôlego já acabou, o lucro talvez ainda dê, mas a espera vai acabar em janeiro, quando chegará a segunda geração do i30, completamente diferente. Concessionárias da marca, porém, dizem que ele vai demorar mais ainda. 




Ao ver as suas linhas retas e mais arrojadas que o modelo antigo, é impossível não lembrar do nosso conhecido hatch compacto HB20, fabricado em Piracicaba pela própria Hyundai e não a CAOA.


As maiores semelhanças do novo i30 com o compacto nacional estão no perfil com janelas de caída convencional (sem a ponta superior na parte traseira, como no modelo antigo) e nas lanternas horizontais esticadas até a lateral com vinco afundado na tampa do porta-malas. A maior diferença está na frente, onde o médio tem faróis e área hexagonal proporcionalmente menores que o para-choque. O conjunto ótico está mais afastado da grade, que, aliás, é mais discreta, com dois filetes em forma de sorriso cromados (o i30 tem duas versões de grade na Europa). Os faróis dianteiros de neblina são triangulares, acompanhando o desenho do recorte do para-choque onde estão localizados. Claro que o i30 é bem maior que o HB20: comprimento de 4,30m, largura de 1,78m, altura de 1,47m e distância entre-eixos de 2,65m.

i30

HB20
O interior continua com o conceito de duplo cockpit, com o console central de saídas de ar verticais, a exemplo do HB20. No i30 ele é mais sofisticado, com dois displays: o do som e do ar condicionado digital. Como todo modelo da Hyundai vendido no Brasil, ele não terá o navegador GPS logo no lançamento. Mas será vendido completo, em versão única equipada com seis airbags, freios ABS, controle de tração, sensores de chuva e estacionamento, sistema de partida sem chave, câmera de ré com imagens projetadas no retrovisor, piloto automático e bancos em couro. O único opcional será o teto solar panorâmico. O preço deve ser salgado, provavelmente na faixa dos 65 mil reais. A carroceria antiga é vendida a partir de R$ 52 mil. 

A novidade tecnológica é a assistência da direção elétrica com três níveis de funcionamento: Confort (que suaviza o volante nas manobras), Normal e Sport (que a torna mais firme nas rodovias). O sistema é chamado de Flex Steer. O novo i30 também deverá ter o botão Eco, que torna a dirigibilidade mais econômica. 

O espaço interno é muito bom para a cabeça e para as pernas de quem vai atrás. E acomoda bem três passageiros. O porta-malas tem capacidade para 378 litros (38 litros maior) e a maçaneta está embutida no logotipo H da Hyundai.


Enfim, é no motor que eu faço a maior crítica ao novo i30 no Brasil. Tudo bem que estamos na era do downsizing. Mas ele seria mais bem-vindo se o antigo bloco 2.0 tivesse dado lugar ao 1.6 GDi com injeção direta. Mas o hatch médio chegará com o mesmo 1.6 Flex do HB20. Apesar comando variável das válvulas (CVVT), rende apenas 122 cavalos com gasolina e 128 cv com álcool. Um retrocesso. 

Apresentado na Europa no ano passado, obviamente que o i30 inspirou as formas do nosso HB20. Mas chegando ao país somente no ano que vem, meses depois do compacto, é bem provável que a nova geração do hatch médio mais vendido do Brasil ganhe o apelido de HBvintão.