Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação


O título de Carro Premium do Ano para a segunda geração do Fusion foi merecido, mas não deixou de ser uma surpresa. Afinal, o sedã grande da Ford, que somou 106 pontos, derrotou representantes das três genuínas marcas premium alemãs, como o cupê Audi A5 (96), o sedã BMW Série 3 (80) e a minivan Mercedes Classe B (66), ambos reestilizados. O francês Peugeot 508, único das fabricantes populares além do Fusion, ficou em quinto lugar, com 52 pontos.

A última marca de grande produção a conquistar este título foi a Honda, em 1997, quando a categoria ainda se chamava Importado do Ano e o Civic, o vencedor, vinha diretamente do Japão. E desde a vitória do Audi A6 em 1998, só a Alfa Romeo, que é uma marca premium, mas italiana, interrompeu o domínio do trio Audi-BMW-Mercedes. Isso em 2003. A partir daí só deu essas três marcas. E o Ford Fusion quebrou a sequência este ano, que vale para 2013. 


O visual conservador do modelo desembarcado aqui em 2006 ficou completamente para trás. Maior em todas as direções (veja a ficha técnica no final do texto e a compare com o post do Fusion Hybrid), ele agora tem linhas esportivas, próximas de um cupê de quatro portas. A frente, com a grade hexagonal plana, foi inspirada nos modelos da Aston Martin, marca inglesa que pertenceu à Ford e está em vários modelos da montadora pelo mundo, inclusive no Brasil. Os faróis são finos e esticados, enterrando, felizmente, aquela frente estranha do face-lift de 2010. A traseira, agora com lanternas horizontais, lembra o New Fiesta Sedan. 


O interior está ainda mais refinado e silencioso, com revestimento em couro, console mais esticado, inclinado e flutuante, como nos Volvo, outra marca que já pertenceu à Ford. O quadro de instrumentos agora tem duas telas coloridas ao redor, como no Hybrid antigo. A distância entre-eixos aumentada em 12 cm deu um espaço interno excelente e o porta-malas tem 453 litros de capacidade. 


Entre os equipamentos de conforto e segurança se destacam o teto solar, sistema de estacionamento automático, abertura das portas por código (os botões agora estão na coluna da porta do motorista e ficam visíveis ao tocar no local), banco do motorista elétrico e com memória, sistema Sync Media mais avançado com tela LCD de 8 polegadas e comandos de voz em português do Brasil para funções de áudio, ar-condicionado digital, navegador GPS e telefone, conexão Bluetooth, duas entradas USB, leitor de cartão de memória (SD Card), som da marca Sony com 12 alto-falantes, entre outras tecnologias.


O novo Fusion também tem itens de segurança como controle eletrônico de estabilidade e tração, freios ABS, airbags frontais, laterais, de cortina e de joelhos (inclusive para o passageiro dianteiro), chave programável que reduz o volume do som, piloto automático adaptativo em relação ao carro da frente, sistema de alerta vibratório de mudança de faixa de rolamento, detecção de sonolência e de carro transitando no ponto cego do retrovisor. 

O antigo motor V6 3.0 foi trocado pelo moderníssimo e esperado Ecoboost 2.0, que tem turbo e injeção direta de gasolina. A potência chega aos 240 cavalos, três a menos que o propulsor antigo. O câmbio automático de seis marchas tem comando sequencial atrás do volante. A tração é integral. 


Será nesta configuração completa, chamada Titanium, ao preço de R$ 112.900, que o Fusion vai desembarcar no país, ainda do México, a partir de fevereiro. Assim como fez com o Ecosport, a Ford vai realizar uma pré-venda em novembro e entregar em dezembro 400 unidades de um lote especial. Em março chegarão o SE, com o mesmo motor 2.5 Flex da picape Ranger e o Titanium de tração dianteira. O Hybrid chega em abril. 

Mesmo com essa modernidade toda, você ainda sente saudades do velho Mondeo? Pois saiba que na Europa, a quarta geração do sedã que foi vendido aqui entre 1995 e 2006 é exatamente este Fusion. Só que lá ele tem versões fastback e perua, inexistentes até no mercado norte-americano. 

FICHA TÉCNICA - FORD FUSION TITANIUM 2.0 ECOBOOST

Motor: Quatro cilindros, transversal, turbo, injeção direta de gasolina, 1.999 cm³, 16 válvulas 
Potência: 240 cv
Velocidade máxima: 195 km/h (limitada)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,87/1,91/1,48/2,85 m
Porta-malas: 453 litros
Tanque: 66,2 litros
Preço: R$ 112.900

Curiosidades

Na segunda categoria mais antiga do Carro do Ano da Autoesporte, criada em 1993, o reinado ainda é da Audi, com sete títulos (1996, 1998, 2004, 2008, 2009, 2010 e 2011), mas que já não vence pelo segundo ano consecutivo. Será o início de um longo jejum? 

Mesmo se o Classe B tivesse ganho a Mercedes apenas encostaria na rival, pois tem cinco títulos (2001, 2005, 2006, 2007 e 2012). 

O BMW Série 3 perdeu a chance de se tornar o primeiro modelo tricampeão da história. 

O Peugeot 508 seria o segundo francês a vencer a categoria. O primeiro foi o Citroën Xantia, em 1995.

A marca popular que mais venceu foi a Honda em 1994, com o Accord, e 1997, com o Civic. 

Vencedores: 

1993 - BMW 325i / 1994 - Honda Accord / 1995 - Citroën Xantia / 1996 - Audi A4 / 1997 - Honda Civic / 1998 - Audi A6 / 1999 - BMW Série 3 / 2000-01 - Mercedes Classe C / 2002 - Não houve / 2003 - Alfa Romeo 147 / 2004 - Audi A8 / 2005 - Mercedes SLK / 2006 - Mercedes CLS / 2007 - Mercedes Classe E /2008 - Audi TT / 2009 - Audi A4 / 2010 - Audi A5 / 2011 - Audi A8 / 2012 - Mercedes Classe C / 2013 - Ford Fusion