Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação


O Renault Clio, definitivamente, parou no tempo. No Brasil. Pois na Europa ele já conhece as formas da sua quarta geração, cada vez mais futurista, assinada por Laurens van den Ackens. Os faróis, com luzes diurnas de LED, cresceram e ficaram pontiagudos, se unindo à grade apertada, que destaca o losango da marca no centro, rasgando o capô e o para-choque. Na lateral se destacam a linha de cintura ascendente, a maçaneta da porta traseira embutida na coluna, o arco de plástico na base das portas, o culote na parte posterior e as rodas de 17 polegadas. A traseira propriamente dita é arredondada, com lanternas horizontais e vidro ovalado pequeno. A carroceria do novo Clio ficou até parecida com a do Seat Leon. 



O interior mostra que é possível ser simples e sofisticado. O painel é minimalista, com o console central de moldura cromada e máscara brilhante se sobrepondo ao tablier, dando um efeito flutuante. Foi inspirado no hatch compacto elétrico Zoe. Neste console estão incluídos os botões de destravamento e pisca-alerta, a tela sensível ao toque, botões de controle ao lado, os difusores de ar centrais (retangulares) e os comandos de climatização. O quadro de instrumentos também é bem arrojado com capelas elípticas para o conta-giros e os marcadores de combustíveis, separadas pelo túnel onde fica o velocímetro digital. Os bancos parecem envolventes. Nota-se que o acabamento é bem refinado e o painel pode ter várias cores, como azul, vermelho e preto. 


O novo Clio será apresentado no Salão de Paris, em setembro. Até lá serão divulgadas mais informações sobre a motorização. Por enquanto, só se sabe que ele terá um novo motor 0.9 de três cilindros a gasolina chamado TCe. Rende 90 cavalos e 13.7 kgfm de torque, oferecendo um consumo médio de 23,2 km/l e emissão de 99 g de CO2/km. Outra opção é o TCe 120, que tem 1.2 litros, também tem injeção direta e rende 120 cavalos. Nesta versão, o câmbio é automatizado de seis marchas. O motor a diesel mais simples será o 1.5 dCi de 90 cv, com consumo de 31,2 km/l e 83 g de CO2/km. 


E o Brasil? Dificilmente este novo Clio chegará. Nem para o segmento premium, que agora é prioridade do pobre romeno Sandero. O nosso Clio, que ainda pertence à segunda geração, lançada em 1998 (aqui chegou no final de 99), vai ganhar a sua quarta guaribada. Será mais uma gambiarra para disputar mercados com carros populares. O acabamento, com certeza, ficará ainda mais espartano. Perdemos a terceira geração europeia, apresentada em 2005. Cada país tem o Clio que merece.