Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação



Vendido no Brasil desde setembro do ano passado, o roadster de teto retrátil elétrico Mercedes SLK foi reposicionado no mercado, supostamente, por causa do aumento do IPI. De início, chegaram as versões SLK200 e SLK350. A primeira com motor 1.8 de 184 cavalos e a outra com motor V6 3.5 de 306 cv.

Só que ambas foram suprimidas e substituídas pela que deveria ser a intermediária entre elas: a SLK 250, que custa R$ 249.900. As anteriores custavam, respectivamente, R$ 202.900 e R$ 252.900. Em agosto chega a 55AMG, com motor V8 5.5 biturbo de 421 cv e preço estimado de R$ 507 mil. 

Por enquanto, vamos falar mais da SLK 250. Seu motor 1.8 CGI BlueEfficiency, com injeção direta de gasolina, comando variável das válvulas e turbo, passa a render 204 cavalos com uma nova programação eletrônica. O câmbio automático 7G-Tronic Plus tem sete velocidades e controle manual na alavanca ou nas borboletas atrás do volante. Com ele o cupê-roadster acelera de 0 a 100 km/h em 6,6 segundos e tem a velocidade limitada a 243 km/h. A SLK 55 AMG acelera em 4,6 segundos e fica nos 250 km/h. 


SLK 55 AMG
Mesmo reestilizado pela segunda vez, agora com inspiração no superesportivo SLS, o SLK manteve o capô longo e a traseira curta, presentes desde a primeira geração, de 1996. O par de arcos de proteção, atrás dos dois únicos lugares, está mais moderno. Na primeira reestilização, de 2004, a frente bicuda seguiu o estilo do superesportivo da época: o SLR McLaren, por sua vez inspirado no bólido de Fórmula 1 da equipe inglesa. 

A grade do novo SLK é avantajada e nela se destaca a grande estrela de três pontas entre dois frisos cromados. Os faróis, que se estendem até a lateral e o capô, são recuados. A novidade é a entrada de ar nos para-lamas dianteiros, lembrando o clássico SL, cuja nova geração também se inspirou no SLS. Atrás, as novas lanternas horizontais, meio pontudas, meio arredondadas, continuam concentradas majoritariamente na lateral, deixando a tampa livre para a placa e o brake-light.



 
                           
O interior tem estilo clássico modernizado, com painel de linhas retas, duas saídas de ar circulares e com grade de turbina cercando a tela multimídia no centro, quadro de instrumentos destacados, console também de desenho simples e máscara em aço escovado, bancos bem envolventes e revestidos em couro que reflete os raios solares para evitar o aquecimento quando o carro fica no sol. As portas também têm couro. O acabamento é bem requintado, claro. O porta-malas tem 335 litros, capacidade que cai para 225 quando o teto está guardado no compartimento. 

Para justificar o preço de quase 250 mil reais, o SLK250 herdou os fartos itens de conforto e segurança do 350 como ar condicionado dual zone, ajustes elétricos dos bancos e da coluna de direção, faróis bixenônio, sistema AirGuide (que reduz a turbulência do ar por meio de um quebra-vento em acrílico acoplado às barras protetoras individuais de alumínio, diminuindo também o ruído provocado pelo vento), assistente de atenção (que detecta sonolência e emite um alerta sonoro caso o condutor não mexa no volante ou pise nos pedais após alguns segundos), sensor de estacionamento, seis airbags (duas bolsas frontais, duas laterais e duas que protegem os joelhos), ABS, EBS e BAS, controles de estabilidade e de tração, Neck-Pro (desloca os apoios de cabeça para proteger os ocupantes em caso de colisão traseira, evitando o efeito chicote) e central multimídia Comand (com rádio, DVD, GPS e conexão do telefone). O 55 AMG será equipado com o teto de vidro Magic Sky Control, que escurece o vidro.



O Mercedes SLK foi lançado em 1996, para ser uma opção compacta do já mítico SL, criado em 1954. Seu nome é a abreviação das iniciais de Sportlich, Leicht und Kurz, em alemão, ou esportivo, leve e curto (ou compacto) em português. Seus maiores concorrentes da época eram o BMW Z3 e o primeiro Porsche Boxster. 

O diferencial do SLK sempre foi o teto rígido retrátil elétrico, que transforma o coupé em cabriolet em poucos segundos. Apesar da Mitsubishi ter colocado o 3000GT Spyder no mercado em 1995 e o SLK ter chegado ao mercado somente no ano seguinte, foi a Mercedes quem resgatou o recurso - inventado pela Peugeot nos anos 1930 - no protótipo SLK II, apresentado no Salão de Paris de 1994. O SLK dura até hoje enquanto o esportivo japonês foi extinto.  




Apesar da Peugeot ter popularizado os "coupé-cabriolet", com o 206CC e o 307CC, e até a Ferrari ter aderido ao conceito com a California, o SLK ainda é a referência neste tipo de veículo. 



FICHA TÉCNICA - MERCEDES SLK 250

Motor: Quatro cilindros em linha, longitudinal, turbo, injeção direta de gasolina, 1.796 cm³, 16 válvulas
Potência: 204 cv 
Aceleração de 0 a 100 km/h: 6,6 segundos
Velocidade máxima: 243 km/h (limitada eletronicamente)
Consumo: 10,5 km/l na cidade e 18,8 km/l na estrada
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,13/1,81/1,30/2,43m
Porta-malas: 335 litros (fechado) e 225 litros (aberto)
Tanque:60 litros
Preço: R$ 249.900