Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação


O que deu na cabeça dos designers da Toyota? Voltaram aos anos 90 com o estilo da décima-primeira geração do seu sedã médio Corolla (que, lá no Japão, sua terra natal, tem o sobrenome Axio)?

Num segmento em que muitas marcas estão criando verdadeiros cupês de quatro portas, com linhas fluídas e cheias de curvas, a Toyota inventa um modelo que parece a geração de 1992, com teto alto, área envidraçada plana de recorte simples, lanternas verticais e grade exageradamente cromada. Só faltaram os faróis com lentes opacas de vidro. 



Por dentro, esqueça aquele painel com console de impressão flutuante. Ele é bastante simples, de desenho quase contínuo (separado pela tela multimídia) e com apliques na cor e no material dos bancos. As saídas de ar nas extremidades são circulares, Quer uma referência? Lembra o painel do Porsche 911. 


A atual geração do Corolla, lançada aqui no Brasil em 2008, dois anos depois do seu país de origem, é bonita e moderna, mas ficou cansada e conservadora perto de rivais como o eterno rival Honda Civic, o Chevrolet Cruze, Peugeot 408, Renault Fluence, Volkswagen Jetta e principalmente o Hyundai Elantra. 

Se este novo modelo vier para cá, aí mesmo que o Corolla fica morto, podendo até perder a liderança. A suposição é pela esperança da versão norte-americana ou europeia se inspirar no Camry, que é conservador, mas pelo menos combina com a atual década. Porém, se levarmos em conta que as gerações anteriores do Corolla não mudaram radicalmente de um mercado pra outro, é bem provável que o modelo 2014 seja esse mesmo, com algumas alterações. É de se preocupar. E resta torcer. 

Em termos de tecnologia, no Japão, o novo Corolla terá controle eletrônico de estabilidade integrado ao de tração e corte da potência em algumas situações, novo sistema de sensor de iluminação com câmeras que acionam as lâmpadas com a potência adequada e sistema Stop&Start de desligamento do motor nas paradas de sinal de trânsito. Tudo de série. Os motores serão 1.3, 1.5 e 1.8 e o câmbio terá opção automática CVT. A perua, ainda chamada de Fielder, como no Brasil, também foi apresentada e com design ainda mais estranho. 


Esta não é a primeira vez que a Toyota estraga o Corolla. Em 1997, o modelo de linhas arredondadas (que parecia até com esse novo, mas estava na sua época) foi substituído por uma carroceria de linhas retas, estilo anos 80, mas com faróis ovais e grade tipo ralador. A perua, então chamada de SW, conseguia ser mais feia. Pelo jeito, a marca japonesa é reincidente.