Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação


1a Geração - 1995 

Apresentado no Salão de Tóquio de 1995, o CR-V foi a resposta da Honda ao sucesso do rival Toyota RAV-4, lançado no ano anterior.

O utilitário esportivo nasceu para ser um veículo recreativo, que pudesse enfrentar trilhas leves. Daí o R-V do nome. Já o C podia ter dois significados. Para uns queria dizer Civic, que lhe emprestava a plataforma. Outros o identificavam como Compact, posicionamento que só valia se comparado ao antigo Passport, desconhecido no Brasil.



Com 4,52 metros de comprimento e 1,75m de largura, o primeiro CR-V era apenas um pouco mais curto que a quarta geração (4,55m) que eu mostrei no post abaixo. Só a largura que aumentou bastante (1,82m). Ele ainda era mais alto (1,71m contra 1,68m) e tinha a mesma distância entre-eixos (2,62m). 

O primeiro CR-V tinha linhas retas, quase quadradas. Sua frente e seu interior eram inspirados no Civic da época. A lateral tinha área envidraçada plana que ia da coluna dianteira até a traseira, separada pelas duas colunas das portas. As lanternas envolviam o vidro traseiro, característica que dura até hoje. Na tampa do porta-malas, de abertura lateral, o estepe era exposto para quem quisesse acreditar no perfil aventureiro do modelo.


A tração integral era em tempo real e o motor de quatro cilindros em linha 2.0 16v, rendia, inicialmente, 131 cavalos. No Japão, ele já tinha freios ABS, airbags laterais e navegador na lista de opcionais. Quando chegou ao Brasil, no ano 2000, com equipamentos mais modestos como ar condicionado, airbags frontais, trio elétrico e rádio toca-fitas, o CR-V já estava com para-choque dianteiro renovado, capa do estepe e motor mais potente, com 147 cavalos.

O CR-V original era considerado um 4x4 light que agradava no conforto, valentia, desempenho e espaço interno. Para fazer jus ao seu nome, vinha até com uma mesinha de piquenique para recreação no porta-malas. Mas era criticado pela tração integral barulhenta e a imprecisão do câmbio automático de quatro marchas, que ficava na coluna de direção. Custava aqui R$ 69.340, mas a Honda importou também o CR-V com câmbio manual de cinco marchas, por R$ 66.880.

2a Geração - 2002


Em 2002 foi lançada a segunda geração, também baseada no Civic, só que da versão seguinte. As linhas permaneceram retas, mas se sofisticaram. A frente ficou mais agressiva e tão marcante que foi copiada pela chinesa Chery no Tiggo. Na lateral a coluna C se alargou. As lanternas traseiras ficaram maiores, indo um pouco acima do para-choque ao vidro, como sempre. O estepe continuou pendurado na tampa traseira e a porta ainda se abria para o lado direito. O comprimento aumentou para 4,53m, a largura subiu para 1,78m e a altura caiu para 1,68m. Entretanto, a distância entre-eixos se manteve em 2,62m. 


Mesmo assim, o interior ganhou mais espaço (a capacidade do porta-malas subiu de 444 para 527 litros) e requinte. Pena que o desenho do painel era estranho. O motor 2.0 16v ganhou o sistema i-VTEC e acelerador eletrônico (drive-by-wire). Desta forma, a potência aumentou para 150 cavalos. Outra novidade mecânica foi a opção do motor 2.4, de 156 cv, a única que veio para cá nesta carroceria. Também tinha quatro cilindros, 16v e sistema i-VTEC. Em tempos de dólar altíssimo, na época custava R$ 122 mil. Em 2003, a revista Autoesporte o elegeu como o Utilitário Esportivo do Ano.

3a Geração - 2007


A terceira geração apareceu, em 2007, mais arredondada, com faróis pontudos, para-choques rasgados na altura da grade e janelas arqueadas. As lanternas traseiras continuaram se estendendo do para-choque até o vidro. O estepe saiu da tampa do porta-malas, que agora se abre para cima. O comprimento finalmente aumentou para 4,58m. O perfil aventureiro dava lugar ao estilo crossover, principalmente ao adotar, também, a tração dianteira simples. A tração 4WD, por sua vez, foi renovada e não faz mais barulho.


O CR-V ganhou novos recursos como faróis de xenônio, ar condicionado digital e conexão Bluetooth. O câmbio automático passou a ser operado em uma alavanca localizada junto ao console e o motorista fica em posição mais elevada, mostrando o lado minivan do CR-V. Já os motores permaneceram os mesmos: 2.0 16v e 2.4 16v i-VTEC, sendo que este último passou a render 180 cv.


Em 2009, o CR-V para o mercado brasileiro trocou de origem com o sedã Accord: do Japão passou a vir do México. No ano passado, um face-lift deu uma nova grade e as formas atuais que serão substituídas em abril do ano que vem.

Aqui o CR-V é vendido apenas com o motor 2.0 e câmbio automático de cinco marchas, mas com duas versões de acabamento: LX, com tração dianteira, por R$ 85.700 e EXL, que custa R$ 97.380 e tem tração integral.



Mesmo não crescendo muito, chegando ao ponto de encurtar na próxima geração, o CR-V evoluiu bastante em estilo, conforto, segurança e tecnologia. A partir de 2012, o antigo 4x4 light escreverá um novo capítulo na sua história como um crossover de luxo.