Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação

A Mercedes-Benz divulgou as fotos oficiais da terceira geração do seu utilitário esportivo divisor de águas: o Classe ML, criado em 1997 e reestilizado pela primeira vez em 2004. Curiosamente, o novo modelo parece voltar às origens com linhas mais retas e sóbrias do que o anterior, sem deixar de lado a evolução tecnológica e a inspiração em outros modelos da marca.

A frente ganhou faróis ovais, com luzes auxiliares em LED, e grade emoldurada pela continuidade do para-choque. A lateral manteve as janelas retas e o vidro posterior envolvente das gerações anteriores, que é a marca registrada do modelo. A traseira ganha lanternas triangulares inteiramente em led, lembrando o sedã grande Classe S, mas com prolongamento na tampa do porta-malas, recurso estético inédito. Outra novidade é o teto panorâmico de vidro. As rodas podem ter até 21 polegadas.

Do sedã intermediário Classe E veio o novo ambiente interno com detalhes em madeira, couro e alumínio, todos legítimos, alem de recursos de entretenimento e informação na tela de toque localizada no alto do painel, entre as duas saídas de ar verticais.

Para se mostrar antenada com os novos tempos, a Mercedes buscou a economia de combustível e, como consequência, menos emissão de gases poluentes no novo utilitário. Destaque para os pneus com menos resistência ao rolamento, direção com assistência elétrica e sistema stop/start. A suspensão pode ser a ar, controlada eletronicamente e com compensadores hidráulicos que evitam a inclinação excessiva da carroceria das curvas. Entre os itens de segurança estão nove airbags, monitorador da pressão dos pneus e acionamento automático de luzes em frenagens de emergência. Para uso em trechos de terra, o carro vem com dois modos de ajustes selecionados por botão giratório.

O novo ML terá três versões: ML 250 Bluetec, ML 350 Bluetec e ML 350 BlueEfficiency. A mais simples tem motor 2.1 a diesel de 204 cavalos, a intermediária tem com um V6 turbodiesel de 231 cavalos e a top com um V6 a gasolina de 306 cv. Todas as versões vêm com tração integral e câmbio automático sequencial de sete marchas 7G Tronic Plus. A apresentação ao público será em setembro, no Salão de Frankfurt, na Alemanha.

História

O Classe ML foi a resposta da Mercedes-Benz, dada em 1997, à forte concorrência dos utilitários esportivos luxuosos norte-americanos, como o Jeep Grand Cherokee, Ford Explorer e Chevrolet Blazer, além de modelos japoneses como Nissan Pathfinder e Mitsubishi Pajero e os próprios europeus da Land Rover.

O alvo foi o mercado norte-americano, mas os alemães também ficaram preocupados com o crescimento desses carros no Velho Continente. O Brasil também é cenário desta disputa. Por ironia do destino, em 1998, a Mercedes se juntou com a Chrysler e o Cherokee se tornou um aliado. A marca da estrela já tinha o Classe G, lançado em 1979, mas o achava muito antiquado e o reposicionou no segmento rústico e mais aventureiro.

A primeira geração do Classe M (que ganhou um L para não criar problemas com a rival BMW, que tem a letra registrada para seus modelos esportivos) era discreta e quadrada. Por dentro, um painel simples, mas muito bem acabado. Durou sete anos, quando surgiu a segunda versão, bem diferente, com muitas curvas e mais anabolizada. Falei dela lá em 2004, nos primórdios do Guscar.
Desde então, a Mercedes se separou da Chrysler e as rivais norte-americanas e japonesas enfraqueceram, com exceção da Cherokee. A vida ficou fácil? Nada disso. A concorrência se apertou ainda mais. Os Land Rovers se atualizaram, as marcas sul-coreanas cresceram e até as rivais conterrâneas aderiram ao segmento e se diversificaram. BMW (X5, X3 e X1), Audi (Q7, Q5 e agora Q3) e até a Porsche, com o Cayenne, já renovado, entraram na briga. A própria Mercedes também aumentou sua linha com o médio americanizado GL, o compacto GLK e ainda mantém o Classe G.