Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação e Revista Quatro Rodas

Primeiro sedan compacto da Ford no Brasil, o Corcel foi apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo em 1968.

O Corcel era um sedan de quatro portas, linhas retas, espaçoso, com boa visibilidade, acabamento e posição de dirigir. Seu projeto era da Renault e aqui no país seria lançado pela Willys, mas quando a Ford comprou esta marca um ano antes, ela assumiu o desenvolvimento. Na Europa, o projeto foi lançado como Renault 12 e também tornou-se um carro emblemático.

O motor do Corcel era de quatro cilindros, 1.3 de 68 cavalos de potência. Em seu primeiro ano de mercado, em 69, o Corcel vendeu quase 50 mil unidades.



No mesmo ano foi lançada a versão cupê, de apenas duas portas. Logo depois a sua versão esportiva GT com faróis de milha no pára-choque, faixa preta no capô e na grade e motor 1.4 de 80 cavalos. Em 1970 surgiu a perua Belina, também de duas portas. Neste ano, o Corcel foi o responsável pelo primeiro recall do país, ao convocar os seus proprietários para reparar a coluna de direção. No ano seguinte ocorreu a primeira reformulação frontal. A grade de diversos filetes cromados, com um V na frente, inspirado no Renault 16, deu lugar a um conjunto mais reto e um emblema. Sedã e coupé ganharam lanternas pequenas e duplas. O GT recebeu capô inteiramente preto com difusor de ar, faróis de milha na grade e mais cinco cavalos na potência.



Na linha 73 as modificações frontais foram mais profundas. A grade passou a ser vertical e as lanternas voltaram a ser inteiriças. O conjunto foi inspirado no médio Maverick, lançado naquele mesmo ano. O motor 1.4 passou a ser de série para todas as versões, mas com 72-75 cavalos. O GT passou a ter faixas duplas no capô. Em 1975 o Corcel ganhou mais uma alteração na grade. Outra novidade foi a versão luxuosa LDO. Era a despedida da primeira geração que daria lugar, no início de 78, ao Corcel II, com carroceria mais moderna e reta.
O novo modelo teve as versões básica, L, LDO e GT. A Belina também foi reestilizada. O modelo quatro portas ficou de fora. Em 1979 o motor passou a 1.6 de noventa cavalos. A versão a álcool veio logo depois. O Corcel II deu origem ao famoso e luxuoso Del Rey. Foi em 1981. No ano seguinte duas novidades: a picape Pampa e a perua Scala, que era a Belina com a frente do Del Rey.
Em 1986 o II desapareceu do nome do Corcel e ele ganhou uma nova frente, quase junto com a linha Del Rey. A Belina assumiu a identidade do luxuoso e ganhou tração quatro por quatro.
O Corcel saiu de linha em oitenta e sete. Del Rey e Belina duraram até 91. E a picape Pampa só foi substituída pela Courier em 1997.

O Ford Corcel conquistou três títulos de Carro do Ano da Autoesporte (1969, 1973 e 1979) e deixou saudades pelo espaço e bom acabamento.