Voltou para ficar?Por Gustavo do Carmo / Fotos: Divulgação

Em 2003 a Suzuki havia acabado de lançar o jipinho Ignis, que poderia se tornar o maior concorrente do Ford Ecosport. Alguns meses depois, alegando sofrer com a alta do dólar, que beirava os quatro reais na época, a marca japonesa decidiu parar de importar automóveis para o mercado brasileiro, deixando na mão os novos proprietários do Ignis, que se tornou um mico de mercado sem merecer, além de Grand Vitara e Jimny.

Passados cinco anos, animada com a valorização do real, que em agosto estava na casa de R$ 1,50, a Suzuki resolveu voltar. Desta vez, através de uma parceria entre a matriz japonesa e o grupo Souza Ramos, o mesmo que produz a Mitsubishi em Catalão. Se der tudo certo, o consórcio batizado de Suzuki Veículos do Brasil (SVB) tem planos de construir uma nova fábrica vizinha à sócia na cidade goiana.

E o primeiro modelo a desembarcar no nosso país, para provar se o plano vai dar certo mesmo, é o jipe médio-compacto Grand Vitara. Mas fiquem tranqüilos que a Suzuki não seguiu os passos da Chevrolet. Ao contrário da sócia mundial, o Vitara chega em sua nova geração: a terceira. Recentemente a General Motors voltou a importar da Argentina o Tracker, que é a carroceria antiga do modelo, com a qual era comercializado com a marca Suzuki na época em que saiu do mercado.

O novo Grand Vitara está mais moderno, embora com linhas mais retas. Mede 4,50m de comprimento, 1,81m de largura, 1,69m de altura e 2,60m de distância entre-eixos. Lembra um pouco o Dodge Journey. Não quero dizer que o carro não é original. Apenas quis fazer uma referência estética pois a sensação de modernidade é bem maior do que no Tracker. Por dentro, a mesma coisa: console de desenho simples e quadro com instrumentos sobrepostos. O acabamento é razoável, mas o espaço interno é bom. Há rebatimento do banco traseiro bipartido que pode aumentar o espaço para bagagem de 700 para até 2.000 litros. A porta traseira, respeitando a tradição da linha Vitara, desde a primeira geração em 1992, abre para o lado.



O motor tem quatro cilindros, 2.0 litros de volume, dezesseis válvulas, 140 cavalos de potência e 18,7 kgfm de torque. O câmbio pode ser manual de cinco marchas ou automático de quatro. A tração é 4x4 integral com opção de reduzida e diferencial travado, tudo acionado eletronicamente por um botão no painel.

A maior atração do Suzuki Grand Vitara é o seu custo-benefício. Por R$ 89.700, o comprador leva câmbio manual, airbag duplo, freios ABS com EBD (Distribuição Eletrônica de Frenagem), ar-condicionado digital, direção hidráulica, CD player para 6 discos com MP3, acionamento elétrico de espelhos, portas e vidros, volante e banco do motorista com ajuste de altura. Com câmbio automático custa R$ 94.700. O revestimento em couro dos bancos é o único opcional, adicionando dois mil reais. O Grand Vitara já vem rendido à ditadura monocromática: só tem opções de pintura prata, grafite e preto.

O Chevrolet Captiva Sport 4x4 V6 (R$ 99.990), o Kia Sportage 4x4 2.0 (R$ 84.900), Hyundai Tucson 4x4 V6 (R$ 104.970), Honda CR-V 2.0 (R$ 110.000), Toyota RAV4 4x4 2.4 (R$ 115.000) e Dodge Journey V6 (R$ 98.900) são os seus principais concorrentes no mercado. Pelo preço que você pode ver entre parênteses o Vitara só é mais caro do que o Sportage. É uma boa compra, mas a Suzuki é uma marca que está recomeçando a montar a sua rede de concessionárias (e conseqüentemente de oficinas) no país. Aqui no Rio, por enquanto, só há um revendedor com dois pontos na Barra da Tijuca.

Além de produzir no país, a Suzuki ainda pretende oferecer o Jimny (o mesmo que foi embora em 2003), o XL7 (versão longa do Grand Vitara), o moderno SX4 (que tem um irmão gêmeo na Europa chamado Fiat Sedici) e talvez o hatch Swift (que tem desenho ousado demais). Resta torcer para os planos da Suzuki darem certo no Brasil, como vem acontecendo com as motos que nunca saíram daqui, e que ela não se assuste com a volta da disparada do dólar e não fuja de novo.





NOTÍCIA RÁPIDA
O Citroën C4 Pallas agora é Flex. Seu motor 2.0 16v agora pode ser abastecido com gasolina, mantendo a potência de 143 cavalos, e também com álcool, com 151 cavalos. Por enquanto será vendido somente com câmbio automático por R$ 71 mil na versão GLX e R$ 77.700 na Exclusive.