Por Gustavo do Carmo


Lançado em fevereiro, o novo Ford Ka brasileiro ficou mais bonitinho, é verdade. E não é um carro ruim. Mas já se sabia que na Europa ele teria desenho e construção diferentes.

Aqui o Ka precisou crescer para atender um mercado ávido por um veículo espaçoso e confortável. Só lhe faltaram as quatro portas. O acabamento é uma preferência secundária para o brasileiro. Tanto que a qualidade de montagem do modelo anterior, igual ao europeu, caiu bastante. E o antigo Ka também era apertado. Na Europa, claro, o consumidor é diferente. E bem mais exigente.

Lá eles continuam pedindo um veículo bem compacto para aquelas ruas estreitíssimas e antigas deles e também um motor bem econômico. Mas, ao contrário de nós, eles exigem acabamento de primeira e um estilo bem moderno. Assim a Ford européia lançou, divulgando na imprensa e depois apresentando ao público no Salão de Paris, a segunda geração do seu Ford Ka, um modelo totalmente diferente do nosso.

O estilo, principalmente lateral, lembra muito o novo Ford Fiesta, que ainda é uma incógnita para nós. Há também traços da primeira geração, de 1996, no desenho da janela lateral posterior e no vidro traseiro. As lanternas são elípticas e com elementos circulares. O único defeito do novo Ka europeu é a perda de identidade da dianteira: ficou praticamente igual aos franceses da Peugeot. As quatro portas não serão usadas porque o estilo não pede e não por economia de prazo como o nosso. Por dentro, o painel manteve o arrojo da primeira geração e ainda traz detalhes mais claros no console, no volante, no quadro de instrumentos e na barra das portas (dependendo da versão). Entre os equipamentos disponíveis estão airbags frontais e laterais, controle de tração, ar condicionado digital e teto panorâmico de cristal.
Enquanto usamos os motores 1.0 e 1.6 Flex o Ka europeu usará um 1.2 a gasolina com 69 cavalos de potência e um 1.3 turbodiesel TDCi, de 75 cv. Em breve terá um motor 1.4 de 100 cavalos e uma variação turbinada, provavelmente de 135 cavalos, na versão esportiva ST.

Mesmo com o avanço tecnológico do seu Ka, a Ford européia mostrou que também sabe economizar: fez uma parceria com a italiana Fiat para utilizar o chassi do compacto fashion 500, o Cinquecento. Já o nosso utiliza a plataforma do Fiesta atual e as portas dianteiras do Ka antigo (!). Mesmo bonitinho, parece um Fiesta dos anos 90 ou um Volkswagen do início dos 80. Baba Brasil!